A minha colaboradora do blog Candy é uma aficionada por filmes dos anos 80 e por tanto não poderia deixar de citar esse filme que é um clássico e deu espaços para os high school modernos.
Muita gente deve já ter assistido , eu não tinha visto ainda e gostei bastante . O filme se passa todo na escola em um sábado de manhã onde os alunos tem que ficar o dia todo escrevendo uma redação com 1000 palavras sobre o que pensam de si mesmos .
Eles estão ali por que cada um aprontou algo na escola , nessa mistura temos o rebelde , a patricinha , o esportista , o nerd e a estranha .
Nesse tempo juntos eles vão descobrindo as afinidades e diferenças , eu gostei e acho que vale a pena para quem não viu e para viu .
Uma curiosidade é que a música que faz parte da trilha do filme Don't You Forget da banda escocesa Simple Mints a principio foi recusada eles não queriam e após insistência da gravadora resolveram fazer . A música foi o maior sucesso da banda e permaneceu por muito tempo nas paradas de sucesso dos USA e Reino Unido , foi considerada a música que definiria os anos 80.
Bem nostálgico né sensação boa de rever esses filmes por isso vou criar a tag de filmes anos 80 assim fica mais fácil .
Estava devendo resenhas dos livros que comprei na Bienal e eis que resolvi começar por esse :
Acho que ele foi o primeiro mesmo que peguei lá e paguei só 10 reais , dentre tantos ele me chamou a atenção confesso pela frases de efeito ( melhor livro do ano , melhor livro da autora ) mas não conhecia nada dessa autora e lendo a sinopse resolvi trazer ele.
O livro conta a história de Rachel uma garota filha de mãe dinamarquesa com pai negro , fiquei na dúvida em várias partes do livro se ela de fato era negra ou não , mas o enfoque é sempre nos olhos que são azuis . A mãe após se separar do pai de Rachel se envolve com um cara viciado e vai morar em um prédio junto com os outros dois irmãos da garota. A partir dai um mistério acontece e toda a família ( exceto o padrasto cai do telhado ) começa então uma busca para desvendar esse mistério e Rachel a única sobrevivente tem que ir morar com a sua avó materna que é negra , assim ela passa a viver em uma cidade diferente e percebe o quanto existe preconceito pelo simples fato de mudar a cor da pele das pessoas. O livro se desenrola no descobrir da adolescência da garota e a vida com a avó.
Gostei do livro da maneira que a história se desenrola , o texto é bem fácil e o livro a cada capitulo é contado pela perspectiva de um dos personagens , até pelo diário da mãe que já estava morta.
“Quero que saibam o quanto eu os amo. Eu os amo e vou mantê-los a salvo. Meus filhos não são metade negros. Eles também são metade de mim. Quero que eles sejam o que quiserem. Não são apenas a cor que as pessoas veem.”
Comprei esse livro já faz um tempão e ele nem é muito extenso mas mesmo assim levei tempo para terminar , enquanto eu lia ele eu também li o Quinta Avenida e o Carpinejar e fiz isso porque o livro é muito perturbador.
Como historiador assim que vi ele na Veja já me deu vontade de comprar e descobrir o que esse titulo tão forte tinha ... e devo dizer que me surpreendi . O livro a cada capítulo tem o poder de te transportar por de traz dos muros do " Colônia " .
A autora soube escrever seu livro com base em pesquisas e entrevistas bem minuciosas e mesmo assim fez um trabalho muito bom em deixar o livro com cara de ficção ... mesmo não sendo infelizmente.
Asco seria a palavra perfeita para descrever o que se passa na cabeça enquanto eu lia , e não tem como você não imaginar que poderia ser um parente seu ali dentro ou até mesmo você.
No livro a autora Daniela Arbex que é jornalista mostra como mais de 60 mil mortes aconteceram dentro do hospício Colônia em Barbacena Minas Gerais. Na sua maioria não apresentavam nenhum diagnostico de distúrbios mentais . Eram homossexuais , prostitutas , empregadas violentadas pelos patrões , esposas cujo marido queria viver com a amante , filhas rebeldes , pessoas tímidas ou qualquer um que apresentasse alguma distorção para a sociedade , para ser internado bastava um atestado médico.
A cada pagina um nó na garganta e uma pergunta : como a sociedade aceitava esse tipo de coisa ? ou pior aceita . Existem ainda no Brasil vários locais que ainda tem pacientes vivendo em condições subumanas.
Em uma parte do livro a autora apresenta parte de um artigo que após denúncia do Colônia o Ferreira Gullar questiona o médico por ele não saber exatamente o que é ter um filho nessas condições e que vive em casa colocando em risco sua vida e de seus familiares.
Em resposta o médico disse : Nunca eu vi um paciente sair curado de um lugar desses e sim um agravamento dos seus distúrbios.
O que nós faz pensar não é acabar com esses lugares que tratam ou deveriam tratar as pessoas com distúrbios mas a maneira que são tratadas ... como vemos no livro é impossível alguém entrar nesse lugar e sair melhor o que tem que existir é uma politica que trate os pacientes de maneira que eles possam ser inseridos na sociedade ( na maioria dos casos) , mas acredito que estamos longe disso , é mais fácil dopar e jogar em um quarto.
Não sei o que é ter um parente nessas condições mas conheço amigas que sim e sei que não é fácil , mas nunca conseguiria dormir em paz sabendo que um dos meus estaria vivendo ou melhor sobrevivendo no Colônia.
Para quem se interessar o livro é muito profundo nessas questões e tem as imagens do local , na internet tem varias também. No youtube tem o documentário sobre o Colônia ( bem triste ) , e encontrei esse outro vídeo com a autora muito bom para entender o livro :
Existe na cidade o Museu da Loucura após o fechamento do local ( os pacientes que sobreviveram foram transferidos para residências terapêuticas que são locais que destinam a cuidar desses casos com apoio do governo e com pessoas qualificadas ) para manter viva a memória desse triste episódio.